1. Micronutrientes: Essenciais em Pequenas Quantidades, Impacto Gigante
Micronutrientes — como vitaminas e minerais — não fornecem energia diretamente, mas são cruciais como cofatores e coenzimas em diversas reações bioquímicas vitais. Diferentemente de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), que oferecem calorias, os micronutrientes são indispensáveis para viabilizar processos metabólicos que permitem que essa energia seja liberada e utilizada pelo corpo .
2. Energia, Fadiga e Função Cognitiva: O Papel dos Micronutrientes
Revisões científicas destacam a importância das vitaminas do complexo B, vitamina C, ferro, magnésio e zinco no metabolismo energético, comportamento e fadiga mental e física . A conexão entre níveis adequados desses micronutrientes e menor sensação de fadiga é bem fundamentada teoricamente e observa-se melhora quando correções nutricionais são feitas adequadamente .
3. O Ciclo de Krebs e os Micronutrientes Ativos
O ciclo de Krebs (ou ciclo do ácido cítrico) é uma via metabólica central para extração de energia, presente em todas as células aeróbias . Alimentado por acetil-CoA derivado de carboidratos, gorduras e proteínas, esse ciclo gera NADH e FADH₂, que entram na cadeia respiratória para produzir ATP — a “moeda energética” da célula .
Quais micronutrientes atuam aqui?
Tiamina (vitamina B₁): sua forma ativa (TPP) é essencial na conversão de piruvato em acetil-CoA, uma reação chave antes do ciclo .
Riboflavina (vitamina B₂): compõe o FAD, que recebe elétrons no ciclo e conduz energia para a cadeia respiratória .
Niacina (vitamina B₃): forma NAD⁺/NADP⁺, moléculas centrais no transporte de elétrons ao longo do ciclo e da cadeia respiratória .
Ácido pantotênico (vitamina B₅): precursor da Coenzima A (CoA), necessária para formar acetil-CoA — combustível do ciclo .
Outros B-vitamínicos (ex.: B₆, B₇, B₁₂): participam de vias metabólicas que fornecem substratos aos ciclos e ajudam na síntese de compostos como aminoácidos e neurotransmissores .
Além disso, cofatores como magnésio, ferro e zinco apoiam distintas enzimas do metabolismo energético e da cadeia respiratória .
4. Consequências da Deficiência
Deficiências, mesmo leves ou subclínicas, comprometem a produção energética celular — e podem levar a fadiga persistente, problemas cognitivos ou disfunções metabólicas . Estudos em modelos animais mostram que deficiência múltipla em micronutrientes (como zinco, folato, ferro, vitamina A e B₁₂) causa alterações no metabolismo da glicose, crescimento prejudicado e intolerância à insulina .
Exemplos práticos para ilustrar:
B₁ (Tiamina) — essencial para converter glicose em energia e manter função neuromuscular; sua deficiência causa beribéri (sintomas como fadiga, fraqueza e alterações cardíacas) .
B₂ e B₃ — indispensáveis no transporte de elétrons dentro das mitocôndrias.
Ácido pantotênico (B₅) — forma CoA, que dá partida ao ciclo energético.
Minerais como magnésio, ferro e zinco — suportam enzimas fundamentais do metabolismo energético e respiratório.